Características da planta
Árvore de tamanho variável, podendo atingir até 7 m
de altura de acordo com a espécie. Folhas rígidas, dispostas
caracteristicamente intercaladas na posição horizontal ao longo
dos ramos. Flores freqüentemente carnosas, de coloração
esverdeada ou branco-amarelada. Florescem ao longo de todo o ano. Fruto
Globoso ou alongado que contém numerosas sementes presas a uma polpa branca, aquosa, mole, envolvida por uma casca de coloração amarelo-esverdeada, lisa ou recoberta por escamas carnosas. Frutificam durante quase todo o ano.Cultivo
Propaga-se por sementes ou por garfagem. Prefere clima quente, porém com pouca chuva e estação seca bem definida. Começa a produzir 3 anos após o plantio.A família das Anonáceas engloba uma grande variedade de frutos e. De maneira geral, as plantas dessa família caracterizam-se por apresentarem folhas simples, dispostas alternadamente em um mesmo plano, ao longo dos ramos e pela semelhança entre seus frutos.
Os frutos, muito conhecidos em todo o mundo e bastante apreciados, têm uma aparência rústica e caracterizam-se por apresentarem a forma de "pinhas" podem possuir formas alongadas ou então arredondadas, mas não perfeitamente; às vezes, dependendo da espécie, têm a forma de um coração. De tamanhos e pesos variadíssimos, podem ser como punhos fechados ou como bolas de rugby. São, por exemplo, a fruta-do-conde (Annona squamosa), a graviola (Annona muricata), o araticum-do-cerrado ou marolo (Annona crassiflora) e os outros muitos araticuns do Brasil.
Araticum é, também, de fato, a denominação mais comum para as variedades silvestres das Ananáceas por todo o continente americano que fala português. Na América espanhola, por sua vez, a denominação genérica e mais comum para esses frutos é anone ou anona.
A escritora colombiana Clara Inés Olaya oferece uma pista para a compreensão dos motivos que levaram a tais generalizações Segundo ela, os espanhóis teriam provado essas frutas pela primeira vez nas Ilhas do Caribe, assim que aportaram no Novo Mundo, uma vez que são nativas da região. Ali, teriam também rendido o nome anón, palavra da língua indígena taína usada para designar uma determinada variedade de fruta nativa e que, mais tarde, ficou conhecida como "ei manjor blanco de los españoles".
O anón descrito pelos navegantes do século XVI nasce em arvoretas, tem cor verde-escura, textura escamosa e verrugosa, e, quando maduro, ao contrário do que sua aparência pode fazer crer, abre-se em gomos facilmente, bastando, para isso, um leve aperto.
Aberta, a fruta oferece uma polpa suave e cremosa que se desmancha na boca, deixando um sabor bom e perfumado, além de várias pequenas sementes duras, lisas e brilhantes.
Esta descrição corresponde, precisamente, à da Annona squamosa que é, entre todas as Anonáceas, a mais conhecida e a mais facilmente encontrada nas feiras-livres e supermercados brasileiros, embora não seja variedade nativa do país.
De fato, a introdução desta fruta no Brasil tem datas históricas precisas: segundo Pio Corrêa, na Bahia corria o ano de 1626 quando o Conde de Miranda plantou a primeira árvore dessa variedade, e já era 1811 quando um-agrônomo francês introduziu-a no Rio de Janeiro, a pedido do Rei D.João VI. Estima-se, no entanto, que algumas variedades silvestres da fruta, originárias das Antilhas, deslocaram-se também até atingirem a região amazônica, transformando-se em espécies subespontâneas antes mesmo da chegada dos europeus.
Atualmente, no Brasil, em virtude de tantas andanças, o anón espanhol tem vários nomes em português: pode ser ata, no norte e no nordeste do país, no interior de São Paulo e em Minas Gerais; pode ser araticum, no Rio Grande do Sul; ou, então, I na Bahia, pode ser fruta-do-conde ou pinha.
Como ata, pinha ou fruta-do-conde, ela é, atualmente, cultivada por todo o país. De sabor delicioso e típico, a pinha é basicamente consumida in natura, mas sua polpa presta-se muito bem como ingrediente no preparo de refrescos e sucos.
Ainda no século XVI, à medida que os homens europeus foram conquistando as novas terras e que se embrenhavam no continente as novas terras e que se embrenhavam no continente americano, encontraram outras variedades de frutas similares. Muito parecidas entre si, segundo Clara Inés Olaya, essas frutas foram designadas pelos conquistadores pelo mesmo nome anón, sem se respeitarem nem reconhecerem as diferentes denominações que os povos indígenas lhes atribuíam. E possível imaginar que fatos semelhantes tenham ocorrido com vários dos araticuns brasileiros.
Entre todas as frutas conhecidas em nosso planeta, não há família mais complicada que a das Anonáceas, do ponto de vista das muitas variedades existentes, das semelhanças entre os frutos e das diferentes denominações populares que lhe foram atribuídas ao longo do tempo, na história.
O araticum-do-cerrado (Annona crassiflora) é mais um deles. Com esse nome ele é conhecido na região central do Brasil, nos cerrados que ele carrega no nome. Como marolo, é conhecido por todo o sul de Minas Gerais, onde é nativo e espontâneo nos enclaves de campos cerrados existentes na região.
Basicamente, com relação à qualidade da polpa, distinguem-se dois tipos de frutos assim denominados: o araticum de polpa rosada, mais doce e mais macio, e o de polpa amarelada, não muito macio e um pouco ácido. Em ambos os casos, o processo de obtenção da polpa, que pode ser congelada, é semelhante, sendo lento, manual e de pouco rendimento.
Com um ou outro nome, esse fruto de grande tamanho é bastante conhecido e consumido pelas populações locais, sendo comercializado nas feiras e, especialmente, nas beiras de estrada na época de sua frutificação.
Entre as frutas nativas brasileiras que não se transformaram em espécies cultivadas, o araticum-do-cerrado é uma das que apresenta o maior índice de aproveitamento culinário. Além do consumo in natura, são inúmeras as receitas de doces e bebidas que levam o sabor perfumado e forte de sua polpa, acrescida, muitas vezes, pelos sabores de outras frutas: batidas, licores, refrescos, bolachas, bolos, sorvetes, cremes, geléias, gelatinas, compotas, quindim, docinhos, doces-de-coco, doces-de-leite, etc.
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